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domingo, 22 de outubro de 2017

'Você compra remédio ou comida': as escolhas das famílias que vivem com um salário mínimo em SP

Essas são as escolhas diárias feitas por famílias que vivem com um salário mínimo, R$ 937, na cidade de São Paulo. Chefes de família contaram à BBC Brasil como se desdobram para esticar por 30 dias os rendimentos - e evitar ter que morar na rua.
Uma pesquisa divulgada em julho deste ano pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontou que o salário mínimo para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 3.810,36. O montante é quatro vezes maior do que o valor atual do mínimo brasileiro.
O levantamento considera os custos das necessidades básicas de uma família, como moradia, alimentação, educação, saúde e lazer. Para o Dieese, R$ 937 seria o valor mínimo para viver com dignidade em novembro de 1999. Logo, as três famílias ouvidas pela reportagem sofrem com uma defasagem de quase 20 anos no orçamento.

Moradia

Na favela de Paraisópolis, na zona sul, o barro engole o par de tênis do auxiliar de limpeza Reginaldo dos Santos Santana, de 28 anos, em seu trajeto até o ponto de ônibus. Um forte cheiro de esgoto preenche os becos da área.
Em um barraco de dois andares feito com portas velhas, madeirites e restos de tábuas moram Reginaldo, a mulher, Rafaela, e os três filhos do casal, de 8, 5 e 2 anos. O imóvel é alugado por R$ 250, valor que abocanha mais de um quarto do salário de Reginaldo. Em dia de chuva na segunda maior favela de São Paulo, eles não dormem. O risco é o barraco desabar.
"Quando chove um pouco forte, fica parecendo um chuveiro. Molha logo a cama. Mas não tem jeito. É morar aqui ou na rua", diz Reginaldo.
A falta de estrutura da casa não se limita aos problemas no telhado e nas paredes. Um grito agudo de Raianny, a filha de 5 anos do casal, anuncia que o banho começou no cômodo abaixo. O banheiro do barraco não tem chuveiro. Uma torneira acoplada na ponta de um cano à meia altura faz as vezes de uma ducha.
A água gelada faz tremer o corpo magro da menina. "É só no primeiro minuto, logo ela se acostuma", diz Rafaela, enquanto ensaboa a criança.
Em uma ocupação a poucos quilômetros dali, o pedreiro Carlos Augusto Silva, de 43 anos, conta que ajudou a erguer 12 prédios de 23 andares, há três anos, em Interlagos, na zona sul. Depois de prontas, ele jamais entrou nas torres de alto padrão.
Reginaldo, sua mulher e os três filhos em Paraisópolis
"A gente entra com a mão de obra, mas não vale a pena para a gente. É como diz a música: 'Está vendo aquele prédio? Eu ajudei a fazer, mas hoje não posso passar nem perto'", diz Carlos.
Cansado de viver no limite do orçamento, ele decidiu erguer um barraco com teto de lona, colocar um colchão dentro e morar.
A ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) em um terreno na zona sul de São Paulo abriga 300 famílias. O objetivo de quem vive ali é aliviar o custo do aluguel e mostrar ao poder público que há espaços valiosos e ociosos na cidade. Em sua visão, ali seria um local ideal para a construção de moradias populares.
A família, no entanto, não pode ficar reunida sob o teto de lona. O filho mais velho de Carlos e Odilene sofre de epilepsia e atraso mental, condição que forçou a mulher a largar sua ocupação como empregada doméstica para se dedicar aos cuidados dele.
Por causa da doença, ele precisa de um ambiente mais adequado para viver, razão pela qual a família paga R$ 400 pelo aluguel de uma casa de dois cômodos na região, onde vivem a mãe e os dois filhos. Já Carlos passa a maior parte das noites no barraco da ocupação, algumas na companhia da mulher.
Carols, sua esposa Odilene e um de seus filhos
O problema de saúde do filho garante uma pensão mensal no valor de um salário mínimo - a única renda segura com que a família pode contar.
Como complemento, o pedreiro faz bicos em troca de R$ 100 por dia. Mas, em tempos de crise, ele chega a passar semanas em branco.
A cerca de 22 quilômetros dali, no centro de São Paulo, a mão direita de Renata Moura Soares, de 34 anos, segura a mão do filho menor enquanto a esquerda mistura os temperos na panela para fazer uma macarronada. Sozinha, ela sustenta seus sete filhos - o mais velho de 20 anos, o mais novo de 1 - vendendo marmitex na região da cracolândia.
Renata e cinco de seus sete filhos
"(Meus clientes) são os usuários e quem trabalha lá dentro. Eu trabalho com vagabundo, com todo tipo de gente. Eu não escolho cliente. Eu não quero saber quem é. Não quero saber o que eles estão fazendo lá dentro. Eu quero saber que eu tenho que vender a minha comida e receber", conta.
Hoje, a família vive em um cortiço na região central da capital. A casa antiga, com fiação aparente, foi dividida em vários cômodos, dois deles ocupados pelos Soares. O banheiro, no entanto, é compartilhado com mais três famílias. Renata não reclama das condições do imóvel: é melhor do que dormir com as crianças na rua, como já aconteceu.
Ela conhece a dona do imóvel e consegue alguma flexibilidade na cobrança do aluguel - que normalmente custaria R$ 400 mensais. O preço é acertado a depender do desempenho de venda de suas quentinhas - em um dia bom, ela chega a vender até 50 marmitex por R$ 15 cada.
Mãe solteira, ela sempre teme não dar conta de chegar ao fim do mês abrigada.
"Quem é mãe não merece pagar aluguel a vida inteira", diz.

Alimentação

Quem vive com o orçamento contado tem uma preocupação urgente: garantir comida no prato por 30 dias. Para isso, as famílias desenvolvem estratégias.
Reginaldo faz uma maratona semanal pelos supermercados da região de Paraisópolis, aproveitando as diferentes promoções de cada estabelecimento. Se a tarefa é bem sucedida, ele consegue manter os potes de arroz e feijão abastecidos. Se não, vai faltar.
Favela de Paraisópolis e bairro nobre do Morumbi ao fundo


Paraisópolis, segunda maior favela de São Paulo, é vizinha de área nobre

Rafaela, a mulher de Reginaldo, vai à feira todos os sábados para "fazer a xepa", como é conhecida a prática de recolher e reaproveitar os alimentos descartados pelos feirantes.
Ela espera as barracas serem desmontadas para selecionar, em meio a restos de caixotes e pilhas de frutas, verduras e legumes parcialmente estragados, o que servirá no almoço de sua família. "Dá vergonha, é muito ruim. Mas tem que fazer", diz a dona de casa.
O casal conta que fica abalado em datas comemorativas, como o Dia da Criança e Natal, quando seus filhos pedem presentes. Mas a noção de prioridade é vital na gestão financeira da família. "Em dia de festa, a gente compra ovo, salsicha e dá um pedacinho para cada um. Às vezes, eles comem até puro. Não ligam."
Se o feijão está escasso, Rafaela aumenta a quantidade de pão que a família come.
Odilene, na ocupação, enfrenta racionamento semelhante. "A gente só compra o essencial: arroz e feijão. Mistura só de vez em quando", conta, referindo-se a carnes, ovos ou legumes.
A economista e supervisora de preços do Dieese Patrícia Lino Costa diz que a dificuldade que as famílias sentem no estômago se confirma nos números: São Paulo tem a segunda cesta básica mais cara do Brasil entre as capitais, perdendo apenas para Porto Alegre.
"Com metade de um salário mínimo, hoje essas famílias compram uma cesta básica. Com a metade restante, tem que dar conta de todas as outras despesas", diz Costa.





O pedreiro Carlos define sua vida em uma ocupação na zona sul como um jogo de escolhas.
"Você compra remédio ou comida. Às vezes, você deixa de cortar o cabelo para comer, deixa de comprar um sabonete para comer. Você deixa de tirar barba. Você sempre precisa cortar uma coisa para fazer a outra", conta ele.
A precariedade da ocupação é compensada pela certeza de que não passarão fome. Graças às doações recebidas, eles garantem três refeições diárias. "Aqui não acontece de ficar sem comida, mas em casa acontece. E não é raro", diz Carlos.
Renata faz um esforço ainda maior para enxugar gastos com alimentos - já que a produção de marmitas depende disso. O bairro de Campos Elíseos, onde ela vive com os sete filhos, tem um alto custo de vida.
"Você tem que pesquisar, ir mais longe mesmo. Já chegou a faltar leite e açúcar em casa. Semana passada, eu passei aperto porque não tinha dinheiro para comprar leite e fralda para o meu filho. Hoje, fui com R$ 200 fazer compras perto de casa e não consegui trazer quase nada", contou.
Descontando o dinheiro que usa para reabastecer seu estoque de mercadorias e embalagens para produzir marmitas, Renata conta que sobra menos de um salário mínimo.
"Com esse dinheiro, ninguém consegue ter nada. A renda que você tem é o que você vai comendo. Não consigo comprar roupa, material escolar, remédios e ainda cortaram o Bolsa Família que eu recebia. Essa semana, meu bebê estava sem um sapatinho para usar e eu tive que tirar do dinheiro das mercadorias para comprar", diz.

Futuro

Os pais de família que vivem com um salário mínimo costumam ter alguns elementos em comum: a baixa escolaridade, a infância marcada por privações e pela necessidade de trabalhar. Um enredo que tentam, com diferentes níveis de sucesso, evitar repetir com seus filhos.
Desde que se mudou de Ilhéus, na Bahia, para São Paulo, há dois anos e meio, a família de Paraisópolis nunca teve uma renda mensal superior a um salário mínimo. Rafaela, que estudou até a 5ª série e já trabalhou como auxiliar de limpeza, diz que sonha que o marido consiga um emprego bom e que o casal compre uma casa.
Ela ainda espera que os filhos estudem e obtenham sucesso profissional. Aos 8 anos, no entanto, o mais velho ainda não começou a 1ª série.





Reginaldo gosta de sonhar no trajeto de cerca de uma hora e meia de ônibus até o trabalho. É no tempo no transporte coletivo que ele se imagina em outra vida: "É um pouco difícil de realizar. Pelo que eu ganho não tem como... Mas meu sonho é ter uma casa própria e um carrinho na garagem para eu dar para a minha família", conta.
Para ele, o ideal seria ganhar ao menos dois salários mínimos "para me levantar um pouco". Mas ao ser questionado sobre suas expectativas disso acontecer, Reginaldo fica em silêncio.
A família chegou a receber Bolsa Família, mas não conseguiu renovar o benefício porque a certidão de nascimento do filho acabou danificada e os pais não conseguiram fazer o cadastro.
O casal que vive na ocupação também parou os estudos no ensino fundamental, mas tem a esperança de que seu filho de 18 anos trace uma história diferente. "Ele ganhou uma bolsa de estudos muito boa e está tendo uma formação mais digna", disse.
Os olhos de Carlos se enchem de lágrimas ao lembrar de um pedido feito pelo caçula. "Nunca pude dar um videogame para o meu filho. Até hoje ele fala disso. Meu filho, seu pai ainda vai conseguir lhe dar o melhor videogame do mundo. Isso fica na minha cabeça, até choro", afirmou.





Para a economista do Dieese Patrícia Costa, a política atual perpetua a pobreza porque as famílias não conseguem ter gastos além de alimentação e moradia.
"Essa realidade impede a mudança de classe porque as crianças precisam ir trabalhar. Da forma que estamos hoje, a tendência é piorar a situação dessas famílias. O que deve haver é uma política de valorização do salário mínimo, investimento em saúde e, principalmente, em educação básica e profissionalizante", diz.
A comerciante que vive na cracolândia conta que se incomoda por seus filhos crescerem em um ambiente de degradação e violência. Embora acorde às 6h para dar conta de preparar e vender almoço e jantar nas ruas da cracolândia, ela não conseguiu evitar que os filhos mais velhos tivessem que deixar a escola para ajudá-la no trabalho. A história repete sua própria juventude:
"Ver que meu filho não pode dar continuidade na escola, da mesma forma que eu, é triste. Eu estudei até a terceira série e hoje convivo com essa falta", afirma, antes de completar: "Futuramente, a gente não sabe o que pode acontecer. Medo qualquer mãe tem. Dá medo de amanhã ou depois ele querer partir para o lado errado porque a preocupação dele ao ver a minha dificuldade para conseguir alguma coisa é grande".

Fonte: BBC Brasil

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Questões - Capitalismo, Socialismo, Território, Nação - 8° ano

1- Desde o seu surgimento , o capitalismo passou por diferentes fases de aperfeiçoamento, assim,  considerando o seu processo de desenvolvimento, o capitalismo foi classificado em três fases :  capitalismo comercial , capitalismo industrial  , capitalismo financeiro. Desta forma , nas frases abaixo há características de cada fase do capitalismo , vocês deverão completá-las de acordo com cada fase do sistema capitalista :   

 CAPITALISMO COMERCIAL      CAPITALISMO INDUSTRIAL      CAPITALISMO FINANCEIRO

_____________INDUSTRIAL____________________Nessa fase a acumulação de capital e as crescentes exigências do consumidor levaram os donos das oficinas manufatureiras a introduzir inovações na forma de produzir mercadorias, foi caracterizada pela intensa utilização de máquinas movidas à vapor.
_____________INDUSTRIAL____________________ Nessa fase ocorreu um grande aumento da produção de mercadoria, o que multiplicou os lucros e elevou a concentração do capital.
____________FINANCEIRO_____________________É a fase atual, caracterizada pela integração entre capital indusTrial e capital bancário, havendo grandes operações de crédito, a fim de garantir capital para buscar inovações tecnológicas e ampliar a capacidade de produção.
_____________COMERCIAL____________________ Foi a fase marcada pela expansão marítima europeia – as grandes navegações iniciadas no século XV – nesse período houve um intenso comércio de mercadorias.

2 - TEMOS A SEGUIR , ALGUNS DOS PRINCIPAIS ASPECTOS DO SOCIALISMO.  Assim, sobre os aspectos gerais do socialismo descritos abaixo,  VOCÊ DEVERÁ ASSINALAR APENAS A AFIRMATIVA FALSA  :
(     ) Na verdade, o regime colocado em prática favoreceu uma classe de burocratas ( dirigentes dos países) e  o que se viu foi a obtenção de privilégios desta classe , que impedia o povo de participar de suas decisões.
(     ) Apesar das diferenças entre o socialismo real ( o que foi implantado) e o idealizado ( criado) os países que adotaram este sistema apresentaram, durante décadas, indicadores sociais e econômicos semelhante aos dos países capitalistas ricos, com destaque para as áreas de educação, saúde, etc.
(   x  ) O modelo de governo instaurado na Rússia ( mais tarde URSS) e no Leste Europeu  seguiu fielmente as propostas originais do socialismo na forma como foi idealizado.

3 - A segunda metade do século XX foi marcada  pela regionalização do espaço mundial em dois sistemas de poder com interesses sociais, políticos e econômicos diferentes e opostos, estamos falando do capitalismo e do socialismo.  Nesta questão são citadas,  características do sistema capitalista e do sistema socialista.   ASSINALE  apenas as características que se referem ao SOCIALISMO     
     
(   x  ) As atividades econômicas devem seguir um planejamento, onde o governo é que decide o que e como produzir, visando atender as necessidades de bens e serviços de cada indivíduo.
(     ) São as empresas que decidem como, onde, quando e onde produzir, estabelecendo os preços e as condições de circulação das mercadorias.
(     ) As empresas buscam oferecer produtos de qualidade a preços acessíveis ( que se pode obter) , tentando conquistar mais consumidores.
(   x  ) O Estado ( governo ) tem o compromisso de garantir à população a distribuição justa de bens e serviços.
(     ) Os meios de produção ( indústria, propriedades rurais, etc.) pertencem predominantemente a uma pessoa ou a um grupo de pessoas.


4 - Assinale na coluna abaixo ASSINALE APENAS A CARACTERÍSTICA QUE NÃO SE REFERE AO SISTEMA CAPITALISTA:
A) Propõe a construção de uma sociedade sem classes sociais e sem desigualdades . Seu principal objetivo é garantir a qualidade de vida da população, evitando injustiças sociais
B) O lucro é o seu maior objetivo
C) Há concorrência entre as empresas, pois amplia para o consumidor as opções de compra e pode reduzir os preços.

5 -  Podemos definir o SOCIALISMO como um modo de produção que propõe a construção de uma sociedade sem classe e sem desigualdade . Para atingir este fim , o socialismo teve características próprias.
Assinale abaixo SOMENTE A AFIRMATIVAS FALSA   sobre este sistema:  
A) A estatização é uma de suas marcas, assim, as terras e os meios de produção (empresas, fábricas, etc.) devem pertencer ao Estado, que também define o salário do trabalhador.
B) A economia é planificada (planejada), pois as atividades econômicas devem ser planejadas somente pelo governo, que decide o que e como produzir, visando atender as necessidades de bens e serviços de cada indivíduo.
C)   São as empresas que decidem como e quanto produzir e estabelecem os preços e as condições de circulação das mercadorias ... esta é uma das características da  economia planificada.

6 - No sistema capitalista, a sociedade é marcada pela "tensão" entre duas classes sociais :
a burguesia e o proletariado. Marque a alternativa correta:
a) A burguesia detém os meios de produção (máquinas e equipamentos, matérias-primas,
terras) necessários à produção de bens e mercadorias. Já o proletariado (os trabalhadores), por
não possuir os meios de produção, vende sua força de trabalho.
b) O proletariado detém os meios de produção (máquinas e equipamentos, matérias-primas,
terras) necessários à produção de bens e mercadorias. Já a burguesia (os trabalhadores), por
não possuir os meios de produção, vende sua força de trabalho.
c) O proletariado é refém os meios de produção (máquinas e equipamentos, matérias-primas,
terras) necessários à produção de bens e mercadorias. Já a burguesia, por não possuir os meios
de produção, prende a sua força de trabalho.
d) A burguesia é refém do proletariado, com seus meios de produção (máquinas e
equipamentos, matérias-primas, terras) necessários à produção de bens e mercadorias. Já o
proletariado (os trabalhadores), por possuir os meios de produção, vende sua força de trabalho.

7 - No século XVIII, teve início na Grã-Bretanha a chamada  Revolução Industrial, caracterizada pelo intenso uso de máquinas movidas a vapor, pela divisão de tarefas como resultado da especialização do trabalho e pelo emprego de mão-de-obra assalariada. Como consequência,  ocorreu um grande aumento da produção de mercadorias, o que multiplicou os lucros e elevou a concentração do capital. A indústria tornou-se a principal atividade econômica do sistema  capitalista. O desenvolvimento do capitalismo industrial fez ampliar ainda mais as trocas internacionais, já que o aumento da produção tornou necessária a busca de novos mercados consumidores de matérias-primas.
Sobre o texto acima, é correto afirmar:
a) A revolução industrial aumentou a produção de mercadorias, pela utilização de máquinas a vapor e especialização do trabalho, ampliando as trocas internacionais.
b) A revolução industrial diminuiu a utilização de matérias-primas devido à utilização de
máquinas a vapor e especialização do trabalho, ampliando as trocas internacionais.
c) A revolução industrial aumentou a renda da mão-de-obra assalariada, pelo aumento das
trocas internacionais e especialização do trabalho.
d) A revolução industrial recebeu esse nome, pois revolucionou os processos de trocas de
mercadorias, ampliando o mercado consumidor e especializando o trabalho.

8 - A respeito do conceito de território, é correto afirmar que:
I) Ao nos referirmos ao território brasileiro, referimo-nos ao espaço soberano reconhecido internacionalmente.
II) Os limites do território podem ser bem definidos ou não muito claros. As fronteiras podem variar de acordo com o espaço em análise.
III) Na Geografia, há um consenso exato sobre o que seja o conceito básico de território. Esse conceito é único para todas as análises espaciais, sociais e territoriais.
IV) É possível entender o conceito de território como sendo o espaço geográfico apropriado e delimitado por relações de soberania e poder.
Estão corretas as alternativas:
a) I, III e IV.
b) I, II e IV.
c) I e III.
d) Todas as alternativas.
e) Apenas a alternativa IV.

9 -  O conceito de nação, por levar em conta aspectos considerados subjetivos, como identidade e sensação de pertencimento, possui uma variedade de análises, com enfoques e características distintas. A respeito da concepção de nação, assinale a alternativa incorreta:
a) Nem sempre uma nação equivale a um Estado ou a um país ou, até mesmo, a um território, podendo haver, então, muitas nações sem território e sem uma soberania territorial constituída.
b) Dentro do território espanhol existem várias nações, como a nação basca, catalã, navarra, andaluz e galega.
c) Um exemplo conhecido de nação sem território definido são os curdos, que habitam vários países ao longo do Oriente Médio.
d) As nações que não possuem território soberano delimitado, como os curdos e os bascos, não almejam o reconhecimento de territórios. Historicamente foram construindo uma trajetória de identificação e pertencimento ao Estado que os acolheu.
e) O conceito de nação foi utilizado muitas vezes como estratégia ideológica de manipulação de uma população. Exemplo disso é a tentativa de construção do nacionalismo, em que governos tentam criar entre os seus habitantes um sentimento nacional, ou seja, a ideia de que aquele país equivale a uma nação geral.

10 -  “Significa uma união entre um mesmo povo com um sentimento de pertencimento e de ligação entre si, compartilhando, muitas vezes, um conjunto mais ou menos definido de culturas, práticas sociais, idiomas, entre outros.”
Esse fragmento explica um conceito importante da análise espacial. Que conceito é esse?
a) Estado
b) povo
c) território
d) nação
e) país

11 - Observe a descrição abaixo e assinale a opção mais adequada:
“Conjunto de pessoas com língua e tradições comuns, que possuem um território com governo e leis próprias. Possui um sentido mais amplo de um vínculo que une os indivíduos por meio de uma identidade nacional.”
a) Nação
b) Povo
c) Sociedade

d) Território

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Com Trump, o que pode mudar na relação com Rússia, China, Irã, Síria e Coreia do Norte?

Donald TrumpImage copyrightGETTY
Image captionDonald Trump venceu a disputa com Hillary Clinton
Com a surpreendente vitória de Donald Trump na eleição presidencial americana, muitos se perguntam como será a política externa do país mais poderoso do mundo.
Muitos analistas dizem que boa parte das promessas de campanha talvez não se cumpram. Mas pelo que indicou durante o processo eleitoral, o republicano buscará novos acordos comerciais mais vantajosos e reestudará acordos existentes que não interessem ao país.
Essa mesma postura deve orientar a posição do seu governo em relação a algumas questões internacionais fundamentais.

Otan

Em nenhuma outra área, Donald Trump teve uma posição tão radicalmente diferente da política atual dos Estados Unidos nas últimas décadas como no seu posicionamento sobre alianças internacionais estratégicas.
Ele tem criticado duramente a Otan, aliança militar do Ocidente criada no bojo da Guerra Fria, dizendo que a organização é ultrapassada e obsoleta. Ele também qualificou alguns países membros como aliados "ingratos" que tiram proveito da "grandeza" americana.
O presidente eleito diz que os Estados Unidos não podem mais bancar a proteção de países da Europa - e da Ásia - sem uma compensação adequada, sugerindo que retiraria as forças americanas da organização a menos que as outras nações aumentassem sua contribuição.
Ele também disse que membros da Otan como os países bálticos não poderiam contar com os Estados Unidos e sua ajuda militar caso fossem atacados pela Rússia.
KosovoImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionJovens em Kosovo mostram bandeiras dos EUA e da OTAN durante competição do Exército americano e da força de segurança de Kosovo em Pristina. Aproximadamente 4.600 soldados liderados pela Otan ainda estão presentes no Kosovo
Obama já vinha se dizendo frustrado com o fato de a maior parte dos Estados da aliança não ter batido a meta de investir ao menos 2% de seu PIB em Defesa.
Mas Obama seguiu apoiando firmemente a Otan, assim como Hillary, que defendia que a aliança era um dos melhores investimentos que os EUA poderiam fazer.
Para o ex-chefe da Otan Anders Fogh Rasmussem, uma presidência de Trump deixaria "o mundo menos seguro".

Rússia

Donald Trump sempre adotou um tom conciliatório com relação à Rússia - tanto que teve apoio massivo da mídia russa para sua eleição.
Foi uma inversão à posição tradicional antirussa do Partido Republicano. Em meio a acusações de que a Rússia teria tentado "interferir" nas eleições americanas hackeando e-mails do Partido Democrata, Trump foi mais longe em seus elogios ao governo russo do que qualquer outro candidato presidencial.
Isso provocou alegações de que sua campanha teria ligações com o Kremlin. O magnata do setor imobiliário tem uma história de negócios com a Rússia e um número de assessores com conexões russas. O FBI, no entanto, não encontrou nenhuma razão para suspeitar de alguma ligação direta.
Vladimir PutinImage copyrightAP
Image captionA mídia russa apoiou Trump durante a campanha
Trump disse, durante a campanha, que poderia aliviar as tensões entre os Estados Unidos e o presidente russo, Vladimir Putin, com quem "adoraria ter uma boa relação".
Até aqui, o presidente eleito ainda não mencionou como seria essa relação. Uma das possibilidades seria juntar forças com a Rússia no combate ao Estado Islâmico. Mas ele quer tentar descobrir se os russos podem ser mais "razoáveis" - e está certo de que será muito melhor do que Hillary ou Obama para conquistar o respeito deles.

Estado Islâmico

Tanto Obama quanto Hillary adotavam uma postura dura com relação ao Estado Islâmico. Mas o presidente eleito se mostrou mais agressivo e já chegou a dizer que "bombearia o que visse pela frente" do Estado Islâmico (EI) e que tiraria todo o petróleo do grupo.
Trump costumava criticar o governo de Obama por "não usar o elemento surpresa" em ataques, especialmente na ofensiva contra os extremistas na cidade de Mossul, sob controle do EI.
Assim como Hillary, Trump também tem como plano manter a estratégia de combate ao EI com uma coalizão do Ocidente com alguns países árabe - da mesma maneira como os Estados Unidos sempre fizeram - só que intensificando suas ações. Mas ele parece ter abandonado a ideia de enviar tropas ao Iraque e à Síria para combater os extremistas.
Estado IslâmicoImage copyrightAP
Image captionTrump prometeu linha dura contra o Estado Islâmico

Síria

A questão da Síria tem sido debatida no mundo inteiro por causa do alto número de refugiados obrigados a deixar suas casas. Donald Trump até é favorável a uma zona "segura" para acabar com o alto fluxo de refugiados, mas diz que os países árabes ricos deveriam tomar conta disso.
Seguindo a linha da política externa já adotada pelos Estados Unidos, Trump priorizará o combate ao Estado Islâmico em detrimento da pressão para tirar o presidente sírio Bashar al-Assad do poder.
O republicano diz que não irá apoiar os rebeldes - como Obama chegou a fazer providenciando armas para eles - e sugere, inclusive, que derrubar Assad poderia gerar um problema ainda maior no país.
AleppoImage copyrightREUTERS
Image captionCrise na Síria é uma das questões com que Trump terá que lidar na Presidência

Irã

O acordo nuclear com o Irã reduziu imediatamente a ameaça de confronto militar entre o país e os Estados Unidos, mas como novo presidente, Trump pode dificultar a realização do acerto.
Ele se manifestou contra o acordo - chegou a chamá-lo de "um dos piores acordos jamais feitos na história dos Estados Unidos" e disse que o Irã conseguiu o melhor que Obama e Hillary poderiam oferecer.
Durante a campanha, Trump afirmava que poderia renegociar o acordo, mas nunca deixou claro como o faria. Ele prometeu conter a tentativa do Irã de desestabilizar e dominar a região - o que não era muito diferente do discurso de Hillary.
O republicano está preparado também para usar a força, caso o Irã tente obter armas nucleares.

Israel e Palestina

Ao contrário da postura recente que os Estados Unidos - sob o comando dos Democratas - têm tomado em relação a esse conflito, sempre dando apoio incondicional a Israel, Donald Trump chegou a afirmar que seria neutro em quaisquer negociações de paz.
Mas, desde então, ele já mudou de ideia e prometeu uma aliança inseparável com Israel, adotando uma linha mais dura em relação aos palestinos. Trump diz que apoia uma solução de dois Estados, mas que isso só seria possível quando os palestinos superarem seu "ódio arraigado" contra Israel e pararem de "ensinar seus filhos a serem terroristas".
Seus assessores, porém, já questionaram a viabilidade de uma solução de dois Estados, e qualquer referência a ela foi tirada da plataforma republicana. Isso deixa aflito vários lobistas judeus nos EUA que viam essa questão como essencial para o futuro de Israel como um Estado judeu democrático.

China

O novo presidente herdará uma relação crucial, porém complexa, com esta potência global em ascensão. A relação com a China é caracterizada por controvérsias sobre política econômica e reivindicações territoriais nos mares asiáticos.
Xi JinpingImage copyrightAP
Image captionPresidente chinês Xi Jinping consolidou poder na China desde que virou líder do país em 2013
Donald Trump sempre se refere à China basicamente como parceiro comercial que tira proveito do país. Ele alega que Pequim pratica "dumping" em exportações e desvaloriza sua moeda. Trump diz ainda que "usará o comércio como forma de negociação", ameaçando impor novas tarifas de importação de até 45% e denunciando a Chima como "manipulador de moedas".

Coreia do Norte

O presidente eleito encontrará uma Coreia do Norte a caminho de se tornar uma potência nuclear capaz de desenvolver um míssil atômico. Atualmente, a política dos EUA sobre o país comunista é um misto de sanções e promessas de negociações caso Pyongyang abandone seu programa nuclear.
Esta política, entretanto, não funcionou e não deve funcionar, de acordo com o chefe de inteligência dos EUA, James Clapper.
Ele disse recentemente que pressionar o regime para abandonar suas armas nucleares é uma "causa praticamente perdida", porque elas seriam a "senha de sobrevivência" norte-coreana. O melhor que os EUA poderiam esperar, segundo Clapper, seria uma restrição do potencial nuclear da Coreia do Norte.
Donald Trump sugere uma abordagem mais agressiva: que a China exerça "controle total" sobre a Coreia do Norte e diz que "tornará negociações comerciais muito difíceis" para Pequim, se os problemas não forem resolvidos.
Ele diz que está preparado para conversar diretamente com o líder Kim Jong Um, o que seria uma grande mudança na política dos EUA.
Trump afirma ainda que estaria aberto a um eventual programa atômico militar do Japão, provocando temores de uma proliferação nuclear no leste asiático.
Fonte: BBC Brasil